
Almodovar é o mestre. Seria de pensar que depois de uma carreira tão longa a sua imaginação fosse escasseando. Pelo contrário, filme atrás de filme, o realizador espanhol só vai melhorando.
Ignacio e Enrique foram colegas de colégio. Marcados por um passado de abusos voltam a encontrar-se e a recordar o amor que nutriam um pelo outro enquanto crianças. Mas, rapidamente se apercebem que o tempo muda muito as pessoas.
Já anteriormente realcei o quão bom actor é Gael Garcia Bernal, mas em La Mala Educación, o seu talento é posto à prova como nunca tinha sido em nenhum dos seus filmes. Gael tem de representar um travesti. A sua prestação não é apenas brilhante, é, quanto a mim, o seu melhor papel até à data. A facilidade em alternar entre o homem comum e Zahara(o travesti que representa), é surpreendente.
Como já se vem tornando hábito, também neste filme Almodovar explora o mundo homossexual. Apesar das cenas de intimidade entre os actores, o realizador é dos poucos que trata este tema com a mesma naturalidade que aborda qualquer outro. Não há qualquer intenção de chocar, apenas de contar mais uma história e, no que concerne a contar histórias, o espanhol é um mestre.
A minha classificação é de 8,5/10Etiquetas: Criticas |